4/12/2007

O Diploma (II)

Na medida em que coloquei aqui há dias um post sobre o diploma académico de Sócrates, venho agora dar-lhe um follow-up que acho eticamente necessário.
Em face das declarações de Sócrates à TV, que ouvi com atenção, fiquei pessoalmente convencido de que este é um caso como muitos outros. Embora admita alguma tentativa de influência da universidade sobre o político - "é sempre bom termos alunos que são políticos, porque podemos um dia vir a precisar deles" - não me custa aceitar que a admissão de Sócrates, como a de outros alunos, na Independente, tenha sido inicialmente feita sem documentos. Na minha experiência de instituições superiores privadas constatei que essa prática era relativamente comum, especialmente quando se tratava de C.E.S.E.: os candidatos eram admitidos condicionalmente. Todos os alunos eram informados de que a sua admissão era feita nestas condições. Entretanto, pagavam a matrícula e as respectivas propinas. Repare-se que, recaindo sobre os alunos o ónus da apresentação dos documentos - aquilo que a instituição fazia era dar-lhes a possibilidade de frequentar as aulas a fim de não perderem o ano -, não só a publicação das notas intermédias como a emissão do certificado final dependeriam sempre da completa regularização do processo. A inspecção ministerial fazia-se de várias maneiras, sendo que uma delas consistia, como parece lógico, numa amostragem representativa dos dossiers dos alunos, que eram cuidadosamente examinados.
Por outro lado, considero perfeitamente natural a mudança do ISEL para uma universidade, porque, quer se queira quer não, o prestígio de uma universidade é, regra geral, superior ao de uma instituição politécnica. Se quem passa o certificado final e posterior diploma é uma universidade, o aluno acaba por ter, oficialmente, um curso dessa universidade, na medida em que o respectivo conselho científico aprovou as equivalências requeridas.
Conquanto eu não exclua totalmente a possibilidade de algum tratamento mais de favor, nada neste momento me parece justificar a continuação de um eventual martelar no assunto, a não ser uma típica perseguição ad hominem.

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