1/22/2004

Tempos de nevoeiro...

É sempre tempo de agradecer a Fernando Pessoa as palavras que deixou gravadas para que, por ele, as usemos quando necessário. São tempos de nevoeiro, de bruma, de fumo, que vivemos num País que teima em fado e submissão. São tempos de esclarecimento, de clarificação, para que não se perca o sinal de reprovação.
É a hora!

Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer -
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.

Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...

É a Hora!

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