Estas eleições, formalmente europeias, foram de facto legislativas, se bem que «a feijões» (por isso nem o PS ganhou, nem a coligação de direita perdeu). Pudesse o governo cair por causa delas, correndo o risco de passar o testemunho ao problemático Ferro Rodrigues, decerto ficariam no limbo muitos dos votos oferecidos ao PS - votos úteis, pragmaticamente destinados a pressionar o governo elegendo o seu melhor carrasco potencial (talvez actual em 2006, quando for realmente «a doer»).
Não se tratou pois de uma vitória genuína do PS (em parte instrumentalizado para fazer mossa a outros), muito menos do seu líder, que continua, por «mérito» próprio, periclitante. Periclitante e no entanto, graças a este resultado «histórico» patrocinado pela Europa, legitimado e protegido contra eventuais investidas predatórias da sua corte, esta por agora sem margem de manobra para desafiar o chefe. Quanto à derrota imposta à coligação PSD/PP, ela foi, em grande parte, sobretudo um aviso. E quem avisa amigo é...
Sem comentários:
Enviar um comentário