2/07/2011
Youthquake
Quem gosta de palavras não despreza geralmente os jogos que eventualmente se possam fazer com elas. Este youthquake, algo como "terramoto de juventude" joga em inglês melhor com o conceito pretendido do que na língua portuguesa, na medida em que permite a aglutinação dos dois termos que compõem a palavra. E tanto youth como earth (de earthquake, terramoto) possuem cinco letras e a mesma terminação em –th.
Linguística aparte, este é politica e sociologicamente um tópico muito importante nas manifestações que ocorrem há cerca de duas semanas em países muçulmanos. O mapa acima, retirado do último número da revista Newsweek, espelha a importância percentual que pode ter uma juventude desiludida, sem emprego e sem grandes ou pequenas perspectivas de um futuro melhor: só incertezas. É a clássica situação do "futuro sem rosto".
Note-se que cerca de um terço da população destes países é composta por pessoas jovens. Se nos lembrarmos que "os velhos dão conselhos porque já não podem dar exemplos", entenderemos talvez melhor o que os jovens querem fazer, possivelmente com alguma irreflexão mas certamente com profundo sentimento de revolta, em nações que mantêm no poder quem não tem produzido as alterações que eles desejariam. São números a considerar. Um dos escapes continua a ser igual ao que ao longo dos séculos a humanidade sempre praticou: a procura de lugares onde se viva melhor. Através da emigração. Para o Ocidente.
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