3/10/2010

Nós?

"Olhar para o governo de um país que é o nosso pode constituir um espectáculo deprimente. Os políticos dão-se a si próprios ares de importância e discutem uns com os outros – e não se vêem grandes avanços. A coisa está tão má – ou pelo menos assim parece – que os cidadãos começam a interrogar-se se o sistema faliu estruturalmente ou se está com necessidade de uma enorme reparação geral.
Mas o problema não é o sistema em si. Somos nós e a nossa cultura de direito ao venha-a-nós. Os políticos, que são pessoas que nunca se celebrizaram pela sua coragem, representam o povo com exactidão. Os nossos governantes ficam paralisados ante a simples ideia de pedir aos seus concidadãos sacrifícios temporários para benefícios a longo prazo. Não conseguem decidir-se pela subida dos impostos sobre a classe média ou pelo corte nas despesas da Segurança Social para os mais idosos. Nas eleições seriam cilindrados. E assim, a cada dia que passa e as decisões se adiam, a dívida cresce e aumenta.
Nas últimas três décadas, vivemos como se o amanhã não existisse. Acumularam-se dívidas pessoais, gastou-se mais do que se poupou, e pediu-se muito dinheiro emprestado."

Concordam com o teor deste texto? É um retrato fiel do nosso país? Pessoalmente, achei-o bastante razoável. Traduzi-o de um artigo incluído no penúltimo número da Newsweek, revista que assino há longos anos. O texto é sobre os americanos e os Estados Unidos. Parafraseando um amigo meu, "qualquer coincidência entre este texto americano e a situação portuguesa é mais do que coincidência: é azar."

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