Dizem-nos que os números mágicos são o 3 (a conta que Deus fez), o 7 (das sete quintas e do diabo-a-sete). Dizem-nos também que o número mais perfeito é o 14, múltiplo de 7, e que o mais imperfeito é o 14 menos 1, i.e. o treze. Três vezes 7, i.e. 21, é ainda muito usado em cerimónias como número ideal para salvas de tiros. O 28, quatro vezes 7, está todo ligado à lua e ao renovar das suas quatro fases.
Depois desta magia toda, como que a ignoramos quando nos pomos a fazer contas pelos dedos das mãos, como fizemos quando éramos miúdos e como os miúdos de hoje ainda fazem. E é aí que, esvanecendo-se embora alguma magia, surge o sistema decimal, baseado na soma dos dedos das mãos. É prático. A brincar, a brincar, é um sistema que condiciona bastante o nosso conceito de numerologia. No casamento, comemoramos os 25 anos e, se lá chegarmos, os 50 ou mesmo os 75, celebramos os 100 anos da República, os 800 anos da Pátria.
Ia eu hoje a colocar um novo post neste blogue quando notei que a contagem feita automaticamente pelo computador me anunciava que o próximo seria o meu texto número mil. Não é nada de especial, como é óbvio; significa em primeiro lugar que já chateei um número considerável de pessoas com muita parra e pouca uva, embora eu tentasse o contrário. Como sucederá a toda a gente, os textos são-me ditados pela necessidade de desembaraço de uma ideia que me está a atafulhar o cérebro e a acastelar-se como nuvem cinzenta que precisa urgentemente de deitar chuva cá para baixo. Uma vez desembaraçada a cabeça, sinto-me mais liberto. Aos poucos, porém, lá se vai formando uma outra enxurrada de ideias desencontradas que precisam de alguma concatenação e, nomeadamente, ordem. Nesse aspecto, o blogue tem sido para mim uma óptima ferramenta.
Quando começou, este blogue era bem mais concorrido. As letras de A a Z não diziam apenas respeito à variedade de temas, mas também às diferentes mentalidades das pessoas que aqui colocavam as suas ideias. Circunstâncias várias, diferentes para cada um dos amigos que iniciaram este blogue, fizeram com que o seu número efectivo se reduzisse muito. O João Miguel (o João Ratão) mantém as suas brilhantes Sugestões, a Isabel (Ariadne) colabora com alguma assiduidade tanto nos posts como nos comentários, mas creio que os restantes, que continuam amigos, se transformaram em meros leitores. Quero aproveitar este meu post número 1000 para os incitar a regressar à situação de colaboradores efectivos. O AZ ganharia imenso com o seu regresso.
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