12/02/2010
SAIAS
Devido a uma conversa muito recente, quando hoje de manhã tive que ir à Baixa aqui em Lisboa procurei descobrir qual seria aproximadamente a percentagem das mulheres que usavam saias. Viajei de metro, como habitualmente. Conforme seria previsível, cruzei-me com centenas de pessoas, tanto homens como mulheres. Os adolescentes que encontrei é que foram relativamente poucos, porque estariam nas suas escolas em aulas. Posso dizer que olhei com atenção. Querem crer que não encontrei uma única mulher de saias?! Entretanto, não me admirarei de todo se daqui a pouco voltar à rua e encontrar cinco ou seis – como frequentemente sucede quando procuramos impacientemente um lugar nas ruas para estacionar o carro e, depois de finalmente encontrarmos um, bem longe de casa, perto da nossa porta deparamos com um lugar vazio. Mas não misturemos os assuntos. As saias estarão mesmo fora de moda?
Admito que é perfeitamente racional que as mulheres usem calças nesta altura. Dado que a temperatura está baixa, as saias são com certeza menos quentes. Mas, caramba, costumávamos ver collants e coisas do género. Agora, não. Mesmo sexagenárias e heptagenárias não hesitam em usar calças de fazenda, sobre as quais cai um casaco comprido que poderá dar a ideia de roda de saia. Seja como for, é uma revolução silenciosa. E assim, com uma percentagem elevadíssima – como digo, o que eu vi foi cem por cento! – é de ficar estupefacto.
Não me esqueço da vez em que, pelos meados dos anos sessenta, entrei com uma amiga num café em Castelo de Vide. Hoje parecerá quase impossível de acreditar, mas os homens que eram os únicos ocupantes do café puseram-se a olhar: ela ia de calças. Aliás, nas ruas da vila as mulheres olhavam para ela da mesma forma. Não há dúvida de que a sociedade mudou mesmo muito! Então, e agora que fazer ao "lagarto pintado da saia da Carolina"? E aos rabos de saia? E, mais prosaicamente, aos cabides para saias?
Isto é conversa mole. Mulheres de saias voltarão a aparecer logo que regressem os raios de um sol mais quentinho. E reaparecerão igualmente os calções. Mas, seja como for, ir para a rua e não deparar nem com uma saia foi para mim algo verdadeiramente inédito.
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