4/16/2006

Os preços dos combustíveis combustam?

Nos tempos mais recentes dificilmente se encontra algo que arda tanto em Portugal como os preços dos combustíveis. Ainda no outro dia um litro de gasolina de 95 octanas custava um euro, o equivalente a 200 escudos dos antigos. Estava caríssima a gasolina! Pois neste momento está a 1,289 euros, o que equivale a 258 escudos o litro. Quanto à de 98 octanas, o preço upou para 1,399 (280 escudos).
Entretanto, nos Estados Unidos pessoas como nós protestam contra o facto de a gasolina ter chegado ao equivalente a 66 (!) cêntimos. Habituados desde sempre a terem combustíveis muito mais baratos que os europeus, os americanos consideram que aquilo que têm presentemente que desembolsar é um absurdo. E é mesmo, para eles. A guerra do Iraque, na zona das maiores reservas petrolífereas do mundo, é o que muitos não perdoam ao Presidente, como se viu pelos recentes ataques de meia-dúzia de generais reformados a pedirem a cabeça de Rumsfeld.
Seja esta escalada de preços consequência do conflito iraquiano ou não, o certo é que resta a questão da flagrante diferença de preços entre os Estados Unidos e a Europa. Sabemos que os EUA produzem petróleo, mas também é do conhecimento público que desde 1994 passaram a importar mais petróleo do que a sua produção nacional. Já todos igualmente sabemos aqui em Portugal que atestar o depósito de um carro em Espanha custa bastante menos do que entre nós. Mas está muitíssimo longe de ser metade!
Será a diferença explicável apenas através dos impostos, as famosas taxas indirectas? Parece-me que sim. Razão tinha há anos um sheik dos Emirados Árabes Unidos quando dizia que os europeus não tinham razão quando se queixavam da alta do petróleo. Em sua opinião, os governos da Europa ganhavam mais com os impostos com que oneravam os combustíveis do que eles nos Emirados com a produção. (A louca carga de impostos justifica-se em parte para evitar que o petróleo se torne, como forma de energia, mais competitivo do que o carvão, o gás ou a electricidade e com isso entre em fase de esgotamento mais rápido do que o desejável.)
Entretanto, há algum leitor deste blog que me saiba informar quanto estamos nesta altura a pagar de imposto ao Estado por cada litrinho de gasolina que mangueiramos para dentro do depósito da viatura?

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