Até que enfim chegaram algumas boas notícias a este recatado cantinho ibérico! Até que enfim que a esperança reina em muitos lares!. Não haverá certezas ainda, mas a esperança começa a aquecer-nos a alma. Todos os que sempre acreditaram e mantêm a sua fé no Durinho Aldraboso adoram ler as suas proféticas congeminações sobre o futuro radioso que a todos aguarda, aquele sol resplendente que tanto teimou em se esconder atrás de nuvens escuras. Em 2010 teremos tudo. Em 2015 muito mais. Utilizando uma técnica testada desde os áureos tempos do apostolado do cristianismo, promete-se o futuro, embora se saiba de antemão que as promessas de hoje são os impostos de amanhã. Temos boas razões para sossegar. O Ministro dos Negócios Estranhos cedeu o lugar a uma colega mais simpática e menos conspícua. O da Educação dita superior seguiu-o em solidariedade perfeita: de cabeça erguida e sem qualquer pecado na consciência. Terá sido para ambos apenas um acidente de percurso. Uma caçada mal sucedida causada por uma Diana que de deusa nada tem.
Há, como seria de esperar, algo que se mantém ainda mal, mas que não é de correcção difícil: as estatísticas. Como sabemos, elas são como o biquini --. revelam o acessório e escondem o essencial. Continuam a não ajudar. Contudo, politicamente as estatísticas existem para ajudar pessoas como o Durinho Aldraboso, portanto não há nada que enganar. Mudada já que foi a direcção do Instituto Nacional, os resultados começarão dentro em breve a surgir. Que é isso de nos compararem só com os países que estão acima de nós? Essa é uma visão masoquista e mesmo suicida. Basta que nos comparemos com o passado de há quarenta ou cinquenta anos para que o nosso ânimo se levante de novo. É que as melhorias são evidentes em toda a linha: há mais estradas, mais veículos, mais estudantes, mais pessoas com casa própria, mais lojas com tudo o que de bom existe para comprar, mais televisão com canais privados, mais revistas de encher o olho, mais pessoas a gozarem férias. É mesmo masoquista a atitude de se querer mais, sempre mais. O problema reside na atitude. Revejamos o nosso passado e constatemos a flagrante melhoria. É verdade que temos cerca de meio milhão de desempregados, mas isso é questão que se resolve também com uma grande alegria para todos: basta oferecer um bilhete grátis para um desafio de futebol em cada um dos dez estádios recentemente construídos. Imagine-se o privilégio: enchiam-se os novos estádios só com desempregados, felizes a baterem palmas e a vibrarem com as peripécias dos jogos. Inesquecível!
Mantêm-se alguns escândalos na sociedade, é verdade, mas na Judiciária já não temos a Morgadinha dos Tribunais que tanto nos complicava a vida. Agora escreve livros e possui uma prateleira dourada onde pouco pode incomodar aqueles que precisam de calma e sossego para tomar as rédeas do país. E não é um país qualquer. É um país que está a transformar-se gradualmente, desde os cuidados de saúde hospitalar até à gestão de múltiplos empreendimentos em parceria entre privados e Estado, numa imensa sociedade anónima. Daí o seu novo nome “PortugalSA”, algo camuflado pois, como se sabe, os portugueses são o povo mais desconfiado da Europa.
Em breve teremos mais notícias de PortugalSA.
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