Como é do conhecimento geral, a palavra "palhaço" está etimologicamente ligada ao local onde os bobos actuavam para divertir a corte: o palácio. Depois da palhaçada governamental em ambas as cerimónias de posse no Palácio da Ajuda, com as confusões de que os media fizeram justamente eco, vem a saber-se que há problemas no alojamento dos ministérios do Turismo e do Ambiente. Num país com óbvia necessidade de contenção de custos -- tema que serve de leitmotiv a muitos dos discursos da maioria na sua defesa do privado contra a onerosa administração pública --, eis que é a novel governação a dar o pior exemplo. Mostra à evidência que não planeou nem organizou convenientemente o governo para dirigir o país. O Primeiro-Ministro parece ter tido como ponto-chave da sua acção apenas uma justa distribuição dos vários pelouros pelos dois partidos. Além da resposta aos interessados grupos económicos, como é evidente. Quanto à Nação...
Muitos dos portugueses estão revoltados com a incompetência demonstrada e altamente apreensivos com o lógico descalabro das contas públicas, com todas as consequências que isso acarreta a nível humano e institucional. Receia-se que o grande inventor do conceito túnel-sem-luz-ao-fundo alimente o secreto desejo de estender a aplicação da sua ideia, originariamente pensada apenas para a zona do Marquês, a todo o Portugal.
Ocorre-me citar o oitocentista Tomás Ribeiro, ele próprio político além de homem de letras: "Portugal é lauta boda onde come a corrupção toda".
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