5/17/2005

Choque tecnológico

O choque entre diferentes meios de comunicação, com as suas características específicas, é algo evidente. Por exemplo, a imprensa esmiúça os assuntos através de desenvolvidas reportagens, com longos textos e quadros de números que não serviriam bem a rádio. Isto serve apenas para lembrar que seria ridículo que um relator desportivo da TV descrevesse um jogo à maneira da rádio, como se nós não estivéssemos a ver tudo em directo.
Contudo, há algo igualmente ridículo que ocorre praticamente todos os dias em resultado do choque entre dois meios de captar imagens: (1) a câmara fotográfica e (2) a câmara de vídeo/filme. Imagine-se uma conferência de alto nível. No final, surgem aqueles longuíssimos apertos de mão para as câmaras, com o inevitável sorriso afivelado nos lábios dos intervenientes que se cumprimentam durante uns 15 ou 20 segundos, abanando vigorosamente braços e mãos e olhando sempre para as câmaras. Um aperto de mão normal não demora mais do que dois ou três segundos! Mas ali, o problema é que, embora as câmaras de vídeo já tenham apanhado a cena, ainda há fotógrafos que não dispararam. Portanto a cena prolonga-se. Ora, na TV, bem que poderiam mostrar a cena apenas durante os primeiros dois ou três segundos --, evitando assim que as pessoas em questão se expusessem ao ridículo!

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