2/20/2007

A Madeira dá lições de democracia ao Continente

A bomba rebentou! Embora usando o nome de um colega de ideias contrárias às minhas (sou o S.Krok), o estrondo fez-me voltar a este blogue , ao qual tinha prometido a mim próprio não regressar senão por um acontecimento de muito peso. Mas que evento mais relevante poderia ter ocorrido do que o anúncio da auto-demissão do Doutor Alberto João Jardim?
Os portugueses do Continente adoram troçar do Doutor Alberto João. Por ignorância, uns, por inveja, outros. Os primeiros porque não conhecem nem a Madeira nem a realidade madeirense. Os segundos porque, em face de uma Região Autónoma de marcado progresso e indesmentível paz social, tanto o ambiente urbano e civilizado como a ordem e disciplina que se respiram em toda a ilha não podem deixar de alimentar dentro de si um despudorado sentimento de inveja.
A ilha tornou-se primeiro notada por Zarco, Teixeira e Perestrelo devido à existência de florestas de boa madeira, que aliás lhe viriam a dar o nome. A par do desenvolvimento fomentado por colonos lusos e comerciantes britânicos, a ilha adquiriu uma exuberante beleza com os seus jardins, que tanto encantaram Sissi. Mas seria preciso alguém de apelido Jardim - o Doutor Alberto João - para que todo a Madeira conhecesse um esplendor de progresso inigualável. Graças ao saber e à mão firme do seu líder incontestado - desde 1978! - toda a ilha é hoje um local imensamente aprazível, pleno de vegetação e com uma elevadíssimo grau de segurança. E isso é algo que não têm preço!
Justificadamente revoltado perante a publicação de uma Lei de Finanças que, a meio do seu mandato, lhe vem cercear de forma surpreendente os meios com que naturalmente contava, o Doutor Alberto João mostrou todo o seu desapego ao poder ao demitir-se. Aguardará agora eleições antecipadas, às quais, como um dos melhores madeirenses de sempre, se recandidatará. Vencerá certamente com os votos de todos os madeirenses que reconhecem o seu insano e profícuo trabalho. Pelo menos até 2011 a Madeira poderá contar com o mesmo pulso mandante, a mesma atitude indomável perante os socialistas do Continente e alguns da ilha, e sempre com a distinta marca pessoal que os ilhéus tão bem conhecem. Parabéns, Doutor Alberto João, pela sua coragem e pelo seu elevado sentido democrático!

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