1/04/2008

Folhetim

Se o folhetim BCP estivesse a passar como tema central de uma telenovela da TVI, haveria decerto quem nele visse a mão do guionista tendencioso que procurava envenenar a sociedade mostrando casos que são do puro domínio da ficção. Infelizmente para nós, não estamos perante uma telenovela. Os personagens são reais e figuras mediáticas da nossa sociedade. Aqui é a realidade que se abre, revelando muito dos seus jogos ocultos. Vários ingredientes habituais da ficção estão à vista de todos: negócios ilícitos, negócios legais mas não necessariamente éticos, compadrio político, banco de favores, hipocrisia social, poder. Faltarão as costumeiras histórias de amor, mas essas cada um poderá ficcionar à sua maneira. Acresce que ainda não se conhece o final do folhetim, o que só faz aumentar o interesse do público pelos próximos episódios.
Numa sociedade que gosta de falar de transparência, democracia, valores éticos, parece que afinal vale tudo. E, se vale tudo, é porque não há valores que valham.

Sem comentários:

Enviar um comentário