Quando andei no D. João de Castro, que era então o estabelecimento de ensino de Lisboa com melhor vista sobre o Tejo, sempre que os meus colegas e eu próprio nos referíamos ao liceu dizíamos "o Barbas". A razão óbvia residia no facto bem conhecido de D. João de Castro ter numa dada ocasião empenhado a sua farta barba como palavra de homem íntegro. Ora, esse Castro foi, como tantos outros o foram antes e depois dele, um vice-rei da praça portuguesa de Goa, hoje integrada na União Indiana. Tive recentemente ocasião de visitar Goa, que há muito se divide em duas partes devido ao assoreamento do rio Mandovi: Velha Goa, onde está a esmagadora maioria das grandes igrejas que os portugueses lá deixaram e que é hoje Património Mundial; e Pangim, que substituiu a antiga Goa e está mais próximo da foz do referido rio.
Foi com agrado que visitei Velha Goa. Como Património da Humanidade, está bem cuidada no que respeita aos seus monumentos, entre os quais se encontra o túmulo do celebérrimo S. Francisco Xavier. No museu local, o governo indiano foi isento e, contrariamente ao que perversas mentes lusas poderiam julgar, não camuflou o passado dos portugueses naquelas paragens. Muito pelo contrário. Duas amplas salas têm alinhados ao longo das paredes retratos quase em tamanho natural dos vários vice-reis e governadores da colónia. Os apelidos são bem conhecidos: Tello de Menezes, Souza Coutinho, Noronha, Mello e Castro, Almeida, Mascarenhas, Lourenço da Cunha, Gama, Furtado de Mendonça, Moniz Barreto, Távora, Sampayo e Castro, Saldanha e Albuquerque, e tutti quanti. Imagino que todos os retratos foram mandados pintar pelos próprios. Possuem tamanho standard e têm algo mais em comum: todos os governadores ostentam barbas negras, bem tratadas. Afinal, não era só o João de Castro!
Foi com agrado que visitei Velha Goa. Como Património da Humanidade, está bem cuidada no que respeita aos seus monumentos, entre os quais se encontra o túmulo do celebérrimo S. Francisco Xavier. No museu local, o governo indiano foi isento e, contrariamente ao que perversas mentes lusas poderiam julgar, não camuflou o passado dos portugueses naquelas paragens. Muito pelo contrário. Duas amplas salas têm alinhados ao longo das paredes retratos quase em tamanho natural dos vários vice-reis e governadores da colónia. Os apelidos são bem conhecidos: Tello de Menezes, Souza Coutinho, Noronha, Mello e Castro, Almeida, Mascarenhas, Lourenço da Cunha, Gama, Furtado de Mendonça, Moniz Barreto, Távora, Sampayo e Castro, Saldanha e Albuquerque, e tutti quanti. Imagino que todos os retratos foram mandados pintar pelos próprios. Possuem tamanho standard e têm algo mais em comum: todos os governadores ostentam barbas negras, bem tratadas. Afinal, não era só o João de Castro!
O mais interessante para mim foi deparar, numa breve visita que fiz a cada uma das igrejas, com uma capela do Espírito Santo que me encheu de espanto: então não é que, como reproduzo na fotografia, todos os onze "anjinhos" que rodeiam a imagem central são barbudos! Mera coincidência que fica para a posteridade.
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