4/05/2009

paLAVras hà çolta

Fui em busca do cão e encontrei só a trela. Curioso. Cheirava a cão, mas não o meu. Seria a mesma trela? Era. Como podes provar se o cheiro é diferente? O meu instinto. Instinto têm os cães. Tu tens outra coisa qualquer, mas não é com instintos que consegues vencer os cães. OK, ganhaste. Então tenho o quê? Tens uma trela na mão. Queres que ta ponha à volta do pescoço? Fico a cheirar a cão. Tanto melhor, assim ele procura-te a ti e acha-te. Mas eu é que estou à procura dele. Óptimo, se estás à procura dele e ele à tua procura encontram-se de certeza. Agarra numa ponta da trela. Porquê numa ponta e não no meio? Para que o cão possa apanhar a outra ponta, parvo! Nunca ouviste dizer que os extremos se tocam? Já ouvi dizer que os extremos se trocam: o da direita passa para a esquerda e o da esquerda fica lá. Mas assim não se trocam. Trocam, sim. Trocam as voltas aos defesas, porque assim são dois contra um defesa. E do outro lado? Do outro lado não há ninguém. Está lá o defesa, desempregado. Como o teu cão. O meu cão desempregado? Ele está é possivelmente a empregar-se a fundo com uma cadela aqui próximo. Esta trela cheira a fêmea. Tens bom nariz. Até distingues a fêmea do macho. Olha quem vem ali! O meu cão, acompanhado! Que é que queres? Foi coup de foudre, atar e pôr ao fumeiro. Ela escolheu-o, estás arranjado. Qual foi o meu problema? Que mal fiz eu ao mundo? Só vejo uma coisa que fizeste mal: deste demasiada trela ao teu cão. Agora aguenta-te!

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