4/27/2009

Falando de serviços médicos

Se é certo que o país deu um enorme passo em matéria de humanização dos serviços de saúde, há, no entanto, um aspecto que me parece perfeitamente anacrónico. Refiro-me ao facto de estar enraizado entre os médicos o triste hábito de fazerem esperar os seus doentes tempo exagerado, sem razão plausível e sequer um pedido de desculpas. E isto tanto sucede em serviços públicos como em clínicas de medicina privada, onde o doente paga o que lhe é pedido e espera o que lhe é mandado, sem qualquer hipótese de reclamação: se quer assim, muito bem, se não quer, é ir à procura de outro médico!

Longe vão os tempos em que ao senhor doutor era permitido tratar o seu doente por tu e escusado desperdiçar o seu saber em explicações. Subsiste, no entanto, na classe médica um misto de paternalismo e “pré-potência” própria de quem tem nas suas mãos algum poder de vida ou de morte sobre o seu semelhante, que consubstancia e “justifica” essas falta de consideração.

Pergunto-me muitas vezes que outra profissão liberal poderia tratar de igual modo os seus clientes.

Além de ser um desgaste e um desperdício de tempo para quem espera, é pena. Porque a grande maioria dos médicos são acessíveis, simpáticos e sobretudo eficientes. Não poderiam ser um pouco mais organizados a programar as suas agendas naquilo que as mesmas têm de previsível e rotineiro?

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