Vai hoje a leilão uma série de objectos pessoais do confesso burlão americano Bernard Madoff e de sua mulher. É um leilão algo estranho, onde estarão, lado a lado com peças de arte, pranchas de surf, casacos, blazers, malas e jóias, num total que ronda as 200 peças. A empresa que vai conduzir o leilão estima que conseguirá arrecadar perto de meio milhão de dólares. Não é muito, e é certamente muito pouco para indemnizar as vítimas da maior fraude financeira de todos os tempos. Calcula-se que Madoff recebeu, ao longo de 20 anos, 65 biliões de dólares.
Seja como for, o que me interessa salientar neste caso é a relativa celeridade com que tudo se está a processar em termos de justiça. Madoff foi preso a 11 de Dezembro de 2008. Menos de 365 dias depois, a mulher de Madoff já concordou em entregar bens no valor de 80 milhões de dólares ao Estado. Só uma casa que o financeiro possuía numa praia está avaliada em 9 milhões.
Entretanto, Madoff não mais sairá da situação de preso em que se encontra. Foi condenado a um cúmulo de 150 anos. É possível que algumas das suas vítimas financeiras tenham já recebido alguma compensação pelos danos sofridos. Sabem, pelo menos, que alguma coisa irão receber. A isto chama-se justiça rápida, principalmente se compararmos com o andamento da justiça no nosso país. Estamos perante uma questão de boa governação, algo que naturalmente se reflecte na produtividade da vida no seu geral. Fica o registo.
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