Há anos que oiço falar da apetência da banca portuguesa pela imposição de taxas pelo uso do Multibanco. Sempre me custou a acreditar que essa medida fosse avante, dado que o sistema permitiu uma substancial redução do número de funcionários por agência, com o consequente aumento de produtividade. As simples operações de levantamento ou de depósito, além das transferências e dos muito usados pagamentos das compras nos supermercados e outras lojas tornaram-se imensamente comuns e obrigam, naturalmente, à existência de uma conta bancária com saldos que, somados, dão quantias razoáveis, o que favorece a banca, a qual cobra às empresas pela instalação e uso do Multibanco.
Agora, contudo, começo a acreditar que a medida vai mesmo ser posta em vigor. Por um lado, porque já foi publicada a legislação correspondente, por sinal mais permissiva para os comerciantes e a banca do que sucede na maioria dos países europeus. Mas o que me atemoriza verdadeiramente é a garantia (verbal) do Ministro das Finanças de que vai fazer todo o possível para que a situação não se altere. É que me vem imediatamente à cabeça um dos mais famosos conselhos de Sir Humphrey na clássica série Sim, Sr. Ministro: "Nunca devemos acreditar numa coisa até ouvirmos o respectivo desmentido oficial."
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