10/04/2011

Mar calmo



Embora não seja amante do calor e prefira o fresco, acho que concordo com todos aqueles que se queixaram este ano de um Agosto pouco veraneoso. Mesmo os que rumaram ao Algarve lamentaram um tempo pouco consentâneo com a fama que o mês de Agosto ostenta.
Eis senão quando, Setembro surgiu mascarado de Agosto e brindou-nos com temperaturas inesperadas. O que é mais: Outubro prossegue na mesma senda. Temperaturas acima dos 30 º C têm sido perfeitamente comuns. Como ainda por cima não tem havido vento, quem vive na costa ou lá vai passar uns fins-de-semana consegue desfrutar de manhãs, tardes e noites de sonho, calmas e quentes.
A minha surpresa foi grande quando há dias, na praia que frequento desde miúdo e onde o mar, tipicamente Oceano Atlântico de ondas altas e fortes, me mandou muitas vezes de volta para terra verdadeiramente de escantilhão e me fez inadvertidamente beber uns tantos pirolitos bem salgados e não solicitados, encontrei aquela imensa massa de água literalmente como se tivesse sido passada a ferro. Dois homens faziam calmamente aquilo que eu suponho ser paddling, de pé sobre as não-ondas, gozando as delícias de um fim-de-tarde que é outonal apenas pelo calendário.
A memória levou-me num ápice até à imagem de um rio de Angola que conheci bem, o Cuanza, onde os indígenas ximbicavam de pé, dentro das suas canoas. A grande diferença entre os dois locais, pareceu-me na altura, era que, ao contrário do rio, o mar não tem margens que o encaixem. Praticamente sem limites e com aquela calmaria toda mesmo depois das habituais marés vivas de Setembro!

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