6/06/2006

Conteúdo e Forma

Hoje não venho com politiquices. Primeiro ainda pensei em trazer para aqui em detalhe aquele badalado caso de os automóveis governamentais não serem autuados por excesso de velocidade tanto nas estradas como a atravessar povoações. Um caso, afinal, que lembra duas coisas: o filme de James Bond Order to Kill e, ainda mais ominosamente, aquele país tão bem retratado pelo George Orwell no seu Animal Farm. Infelizmente, esse país era tudo menos uma democracia...
Mas deixemo-nos dessas coisas. Foi apenas um parágrafo escrito em velocidade excessiva para preencher espaço. Porque aquilo que verdadeiramente quero fazer aqui é citar uma frasesinha que hoje encontrei, ao folhear um romance bem conhecido de um nosso não menos conhecido escritor. Ei-la: "O português nunca pode ser homem de ideias, por causa da paixão da forma. A sua mania é fazer belas frases, ver-lhes o brilho, sentir-lhes a música. Se for necessário saltear a ideia, deixá-la incompleta, exagerá-la, para a frase ganhar em beleza, o desgraçado não hesita... Vá-se pela água abaixo o pensamento, mas salve-se a bela frase."

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