O conceito de "o preço a pagar" pode constituir em numerosos casos uma óptima almofada de consolo e de aceitação de uma consequência penalizadora. Isto, se é o próprio ou um amigo que utiliza o conceito. Se for alguém que não goste da pessoa visada, haverá laivos de deleite perverso na referência a esse preço a pagar. Vejamos alguns exemplos dos muitos que a vida nos oferece. Talvez este seja um parágrafo a merecer algumas reflexões, entre elas a enorme tendência, desde os tempos mais primitivos do homem, para encontrar uma justificação para tudo.
É o preço a pagar
Por gostar muito de uma pessoa. / Por estar vivo. / Por ter gasto mais do que podia. / Por manter determinadas amizades. / Por ter cometido fraudes. / Por ter mau feitio. / Por ser pouco sociável. / Por ser egoísta. / Por ser ingénuo. / Por ter sido mimado pelos pais. / Por ter sido infiel à mulher. / Por ter sido um mau pai. / Por ser membro de um partido. / Por ser um faltista ao emprego. / Por ter sido demasiado honesto.
Existe, entretanto, uma diferença sensível entre as pessoas que, compreensivamente, se referem ao "preço a pagar" e as outras que dizem apenas, consumisticamente, "é o preço!".
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