3/04/2006

Lusomundo

Pelo menos no C.C. Vasco da Gama, ir aos cinemas Lusomundo é tudo menos ver o antigo mundo luso. Como se fôssemos nós próprios personagens de um filme, apanhamo-nos a comprar bilhetes no mesmíssimo local em que outros adquirem volumosos sacos de pipocas. (Tal como nas estações de serviço, ao essencial junta-se o complementar.) O odor a popcorn invade escandalosamente aquele ambiente. O espectador acalenta a esperança de que os sacos não sejam tantos que vão odorizar toda a sala. Engana-se. A tribalização já está muito avançada. Os sacos são muitos, o sentir o mastigar crocante ao nosso lado enquanto o filme decorre não é a mais agradável das sensações. Olfactivamente, é um desastre.
Até as luzes se apagarem totalmente para que comece o filme que estamos interessados em ver, levamos com uns quatro ou cinco trailers e um volume de som que faz qualquer surdo imaginar que aquela sala o curou. Acabei de vir de uma dessas sessões. As apresentações duraram 17 minutos. À mistura vieram anúncios publicitários, como aos sumos Compal. Sei bem que esta cena não é nova, mas ultimamente tem-se agravado notoriamente.
O filme (Good Night, and Good Luck) foi bom. Mas nem ele me fez esquecer salas bem mais civilizadas, como as da Cinemateca, do Nimas ou do Quarteto.

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