Volta e meia há um assunto que torna à baila: energias alternativas. Energias não só para produzir electricidade, mas também para reduzir muito substancialmente o consumo de petróleo no mundo. Segundo alguns americanos, o elevado preço que a população do globo paga pelo petróleo -- que provém em cerca de 65 por cento de territórios árabes -- acaba por servir os interesses do terrorismo internacional. Daí resultaria que é, afinal, o mundo que receia e abomina o terrorismo que de facto o financia. Por seu lado, os países produtores de petróleo declaram que o seu produto é lançado no mercado a preços razoáveis. O problema, segundo eles, é que os governos ocidentais o sobrecarregam tanto com taxas que efectivamente ganham mais com o petróleo do que os produtores. São pontos de vista.
Algo que não é apenas um ponto de vista mas um facto real é que hoje em dia já existe a base tecnológica para fazer andar viaturas com combinações energéticas que reduzem em muito o consumo de petróleo. Já circulam numerosos carros híbridos que trabalham com uma mistura de electricidade -- acumulada em bateria -- e fuel. Existem carros com depósitos flexíveis, i.e. adaptáveis a percentagens diferentes de gasolina, etanol ou metanol. O país que conheço com maior número de veículos movidos a gás, com bilhas que se transportam na parte traseira da viatura e se recarregam nas bombas normais, é o Brasil. Quarenta por cento dos novos carros brasileiros vêm equipados com depósitos flexíveis. Se imaginarmos -- mesmo fora deste belo exemplo dado pelo Brasil -- que um carro poderá, logo que a indústria automóvel quiser, ser movido não só a gasolina ou gasóleo mas sim por uma mistura de apenas 15 por cento de petróleo e 85 por cento de etanol ou metanol, constataremos que a importância do petróleo baixará consideravelmente.
Dir-me-ão: e os lobbies das grandes companhias petrolíferas? E os lobbies da indústria automóvel?
Pois sim. Também me lembro que o petróleo do Mar do Norte saía inicialmente tão caro que a sua exploração era posta em causa. Hoje já não. Se os preços do petróleo continuarem a subir, a indústria vai ter de rever a matéria dada. A revolução acabará, afinal, por constituir uma larguíssima janela de oportunidades para as grandes companhias.
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