12/09/2008

Desafiando a lógica




Em Lisboa, ou em qualquer outra cidade do mundo, só podemos arrumar o carro na rua se não prejudicarmos o trânsito normal da via. É lógico. Seguindo o princípio de que não devemos fazer aos outros o que não gostaríamos que nos fizessem a nós, arrumar o nosso automóvel atrás de um outro implica que devemos estar de ouvidos atentos a uma buzinadela mais forte, que é de certeza para que nós tiremos dali a viatura e deixemos o outro carro sair.
Tudo se passa assim, de facto. O meu espanto foi grande, admito, quando ontem dei uma volta aqui pela zona da Alameda D. Afonso Henriques e deparei, na rua José Acúrcio das Neves, com a cena que fotografei. A rua em questão nasce na Avenida Almirante Reis e termina junto a umas escadas, ou seja, a parte terminal da rua é mesmo ali. Não tem continuidade. Pois bem: ter três filas de carros estacionados nesse pequeno troço brada aos céus. Sempre que o proprietário de um deles quer sair, v.g. o 76-02-EJ ou o 04-AQ-46, como é que faz?
Foi esta pergunta que fiz a um rapaz que passava por ali a carregar uma bilha de gás. “Não é fácil. Alguns dos carros pertencem a pessoas que trabalham no restaurante ali em baixo,” disse-me ele a meio da escada pública. “Quando alguém quer sair, vai lá e eles tiram um carro ou dois.” Então e se o carro for de um dos residentes daqui, perguntei. “Não sei bem. Isto às vezes complica-se. É possível que já tenha havido problemas.”
Espero que não, mas tenho que admitir que estamos perante um caso de necessidade premente de boa vizinhança. Se assim não for, alguns dos automóveis vão aparecer pelo menos com alguns riscos. Este é o que se pode chamar um estacionamento de alto risco.

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