2/13/2009

A ironia das coisas

A presente crise financeira pode levar vários países do mundo a cair no auto-proteccionismo do seu comércio, que assim substituiria o habitual comércio livre. Foi nesse sentido, aliás, que o novo governo norte-americano propôs uma série de medidas encadeadas no slogan "Buy American". O slogan só por si não quereria dizer muito, mas a criação de incentivos fiscais para quem comprar produtos americanos já quer.
Como é óbvio, uma medida deste tipo, a ser tomada, não só violaria leis internacionais como provocaria retaliação por parte de vários países. Mas há mais. Um produto importante para vários tipos de indústria é o aço. Se os cidadãos dos Estados Unidos fossem forçados a comprar aço americano, o irónico da situação residiria no facto de que as principais siderurgias em solo da América estão de facto em mãos estrangeiras. Dois terços da produção de aço são pertença de capitais britânicos, brasileiros, suecos e… russos!
Em Portugal, o primeiro-ministro declarou-se contra o proteccionismo e a favor da continuidade do mercado livre. Só lhe fica bem. Será que ele previamente equacionou a questão e verificou que uma parte substancial da nossa indústria também pode estar em mãos estrangeiras?

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