2/27/2009

Avaliação do desempenho

O jornal de ontem trouxe a notícia do despedimento de um conhecido jornalista do Diário de Notícias: Alfredo Mendes, um homem do Porto. Não foi na altura o único a ser despedido. Estava englobado num pacote de mais 121. "Fui despedido num minuto e meio – dois minutos, vá lá."
Desde 1977 que trabalhava no DN, onde teve oportunidade de fazer de tudo. Desporto, cultura, política, economia. Percorreu todo o Norte. Fez desde o bairro da lata atè à alta sociedade. Foi a inúmeras recepções em representação do jornal.
Nas palavras do próprio Alfredo Mendes: "Dediquei-me mais ao jornal do que à família e aos amigos. Tenho provas. Tenho os recortes de tudo o que escrevi. E agora? Como digo aos meus filhos para serem trabalhadores leais, para viverem para a empresa? Isto é tão humilhante, tão revoltante!"
Pessoalmente, também considero o mesmo. É um caso que humilha e que revolta.

A moral extraída de uma história que me foi enviada em e-mail por um amigo aplica-se, de certa maneira, ao caso. Vou reproduzir a história, com a devida vénia a quem a redigiu.
O dono de um talho foi surpreendido pela entrada de um cão na sua loja. Enxotou-o, mas o cão voltou a entrar. Ao enxotá-lo de novo, reparou que o bicho trazia um bilhete na boca. Pegou no bilhete e leu: "Mande-me uma dúzia de salsichas e uma perna de carneiro."
Mirando melhor o cão, viu que o animal trazia na boca uma nota de €50. Aviou o cão e pôs-lhe o saco de compras na boca, mas estava tão impressionado com a cena que deixou depois o empregado a tomar conta do talho e resolveu seguir o cão. Este desceu a rua e dirigiu-se à paragem dos autocarros. O talhante estava perplexo!
Na paragem, o cão observou o painel dos horários e sentou-se no banco, aguardando o autocarro…
Chegou entretanto um. O cão deu uma breve corrida à frente para verificar o número de destino do autocarro e voltou a sentar-se no banco.
Chegou novo autocarro. Depois de verificar que aquele era o que devia tomar, entrou.
De boca aberta, o talhante entrou também, para continuar a seguir o cão. Algumas paragens à frente, o cão firmou-se nas patas traseiras e carregou no botão de stop. Sempre sem largar da boca o saco das compras.
Apeados, talhante e cão caminharam por uma rua fora. O cão parou em frente à porta de uma casa. Depositou o saco de plástico das compras no passeio. Deu uma meia-volta, correu e atirou-se contra a porta. Como ninguém viesse abrir, repetiu o acto.
Então, contornou a casa, saltou um muro e, numa janela, começou a bater com a cabeça no vidro várias vezes. Regressou depois à porta.
Apareceu finalmente um indivíduo enorme, que começou a bater no cão. Indignado, o talhante correu para o homem, tentou impedir que ele continuasse a bater no bicho, e disse-lhe:
- Ó homem, que está você a fazer? A bater num cão tão inteligente! Ele é um génio!
O homem respondeu de pronto:
- Um génio?! Francamente! Já é a segunda vez esta semana que o estúpido deste cão se esquece da chave!

Moral da história: Bem podes continuar a exceder as expectativas de outrem! A tua avaliação depende sempre da competência de quem te avalia!

Se calhar, não é só ao caso do jornalista Alfredo Mendes que esta conclusão se aplica.

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