Dando início ao repto lançado pelo António, aqui deixo um actualíssimo poema para a letra A, de Alegre:
Carta a Sophia, ou o Quinto Poema do Português Errante
Querida Sophia: como os índios do seu poema
também eu procurei o país sem mal.
Em dez anos de exílio o imagínei
como os índios utópicos também eu queria
um outro Portugal em Portugal.
Mas quando regressei eu não o vi
como eles me perdi e nunca achei
o país sem mal.
Talvez a própria vida seja isto
passar montanha e mar sem se dar conta
de que o único sentido é procurar.
Como os índios do seu poema eu não desisto
sou um português errante a caminhar
em busca do país que não se encontra.
Manuel Alegre, in "Livro do Português Errante"
4/03/2011
Poesia de A a Z
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário