Em que medida desenha o V o vale que o contém?
Até que ponto está o W na wave inglesa, seja ela hertziana ou líquida de mar?
Como se inscreve o Z no zigue-zague da vida?
E o G na gaguez do indivíduo que é pouco escorreito na sua fala?
E o B que se balbucia a si próprio?
O P que explode?
E o X que se cruza com a mesma naturalidade com que nós cruzamos as pernas?
Se lhes juntarmos um a claro, um e alegre, mais um i sibilino, o o do sol e o lúgubre u, teremos possibilidade de expressar meio mundo. O outro meio fica para as restantes letras, que também são necessárias para a vida. De qualquer forma, mesmo só com este jogo sempre entendemos melhor que Saara, com a sua monotonia de deserto, seja uma palavra que contém três aa, devidamente enquadrados por consoantes suaves a formarem as dunas que quebram a monocórdica planura.
Sem comentários:
Enviar um comentário