10/17/2007

Relembrando, ou aprendendo

A RTP1 passou ontem o primeiro episódio de uma série que se prolongará até Dezembro sobre a guerra colonial portuguesa. A série, realizada por Joaquim Furtado e apresentada todas as terças-feiras logo a seguir ao Telejornal, promete. O primeiro episódio, chocante em muitos aspectos, terá sido uma surpresa para muitas pessoas, atendendo pelo menos às reacções a que já assisti. As imagens foram espantosas e os comentários muito elucidativos. Tive, entretanto, pena que uma coisa não tivesse sido dita com toda a clareza, apesar de se ter falado da Igreja e das reuniões em igrejas. É que se tratava das missões protestantes americanas e inglesas, as quais fomentavam claramente a revolta, ao serviço dos seus respectivos países. Tanto durante o meu trabalho como oficial miliciano especializado nos assuntos de Angola na secção de Informações do Estado-Maior do Exército, como meses mais tarde no próprio terreno, tive provas muito claras da actividade dessas missões, que aliás desempenharam bem o seu papel.
Aguardo com interesse os próximos episódios, esperando que seja mencionado o extraordinário relatório que o General Beleza Ferraz teve a coragem de escrever após uma visita ao norte de Angola para o seu Ministro da Defesa, Botelho Moniz. É que nunca vi as 17 páginas desse relatório referidas fosse onde fosse, apesar de as ter lido atentamente e aprendido imenso com a sua leitura. Foi o documento mais sincero que li sobre o que de facto se passava em Angola em 1960/61.

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