12/07/2007

Capítulo revisto

Em Abril do ano passado, referi aqui o problema de uma parte significativa da sociedade portuguesa - e, certamente, também de outras - relativo à dificuldade com que mulheres empregadas se deparam para ter filhos. Entre outros factores, pelo receio de perderem o seu lugar, essencial para o equilíbrio das contas do casal. No caso em questão, contei que a Leonor, uma simpática e eficiente funcionária do banco a que costumo ir, tinha 27 anos, estava casada havia três anos, morava do outro lado do Tejo, não tinha ainda filhos e, como me disse, "não sei como é que isso vai ser". E concluiu o seu raciocínio: "Não tenho tempo. Entro aqui todos os dias pouco depois das oito e chego de volta a casa às 8 da noite." O horário do banco era ultrapassado em muito, como é evidente, mas havia também o factor dos transportes.
Eu referia no post, algo azedamente, reconheço, que "é assim que a empresa espera que a sua funcionária corresponda, contribuindo com o seu quinhão de esforço para que o banco alcance os objectivos anuais que previamente definiu."
Já não vejo a Leonor há bastantes meses. Teria deixado a agência depois de lá ter trabalhado durante três anos? A boa notícia que me deram hoje é que ela está feliz, em casa e ainda em licença de parto, com a sua bebé. Por seu lado, o Banco portou-se bem e prometeu arranjar-lhe um lugar numa agência mais próximo de sua casa. Para mim foi uma excelente notícia de Natal, até porque é de algo natalício que se trata. All’s well that ends well.

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