3/22/2008

As linhas do futebol e a liderança

Todos os que gostam de futebol sabem que uma equipa é tanto melhor quanto mais habilidosos os seus jogadores forem e mais entreajuda prestarem uns aos outros. Se nos concentrarmos na questão da entreajuda, verificaremos que a formação de linhas, que avançam ou recuam em sintonia, constitui a melhor garantia para uma situação de ataque ou de defesa perante um adversário que teoricamente possui armas idênticas. De onde vem a necessidade dessas linhas? Do facto de ser crucial que não se criem grandes vazios entre os jogadores da equipa, pois será aproveitando esses eventuais vazios que a equipa adversária poderá chegar ao seu objectivo - o golo - e consequentemente causar a nossa derrota. Na não-existência de grande distanciamento entre os jogadores de uma mesma equipa e na sua coordenação uns com os outros reside, portanto, uma das chaves do sucesso de uma equipa vitoriosa. Como é evidente, este é um sistema que exige um grande esforço de todos, pois avançar e recuar durante noventa minutos num campo que tem cerca de 110 metros de comprimento por 75 de largura não é tarefa fácil. Daí que seja essencial, a par dos factores atrás mencionados, uma óptima condição física dos jogadores. Sem ela, tudo se poderá perder. Um outro elemento fundamental para a coesão e sucesso do onze é a amizade entre os jogadores, i.e. o espírito de equipa. Sem ele, nada se faz concretamente. Pelo contrário, sobressairão as rivalidades individuais. As entreajudas não funcionarão convenientemente.
Onde é que este arrazoado se pode aplicar à liderança, concretamente num estabelecimento de ensino? Em múltiplos aspectos, de facto. Em primeiro lugar, uma escola tem também um objectivo, que não se chama golo, mas que se traduz em eficácia. Na escola existem também várias linhas. A direcção e os restantes órgãos de gestão constituem uma das linhas principais, os docentes formam outra e os funcionários uma terceira. Todos pertencem à mesma equipa e não jogarão bem se jogarem desgarrados. Daqui se infere que uma liderança bem conduzida implica uma boa definição dos objectivos principais e da estratégia a seguir para os alcançar, subentende boa comunicação entre as várias linhas e uma aprovação das linhas gerais de orientação por todos. Embora reconhecendo que cada um é o maior responsável pelos seus actos, a liderança tem de possuir e desenvolver instrumentos de controlo para colher informação atempadamente útil sobre o andamento da actividade. É aí que a avaliação da escola, o que inclui os professores e todos os outros intervenientes, incluindo a própria Direcção, constitui uma peça importante na eficácia a atingir. Se as linhas estiverem coesas, se houver vontade de trabalhar e real espírito de equipa, os resultados da avaliação só podem ser bons. Caso contrário…

Sem comentários:

Enviar um comentário