3/14/2008

A guerra dos galheteiros

Os que gostam de línguas sempre se perguntaram por que motivo se diz "galhetas" em português. Tanto quanto sei, "una galleta" em castelhano é uma bolacha, tanto na sua faceta comestível como na versão popular de bofetada. Deixemos, porém, a etimologia dos galheteiros em paz, porque o que se avizinha não é apenas uma pacífica discussão deste teor, mas uma verdadeira guerra.
Todos nós nos lembramos que a história do "politicamente correcto" teve há três anos uma mudança drástica nos restaurantes: o azeite e o vinagre que poderiam ser usados para condimentar o bacalhau ou outros pratos de peixe, além de saladas, tinham obrigatoriamente de possuir uma embalagem especial do tipo usa-uma-vez-e-joga-fora. A lei foi clara e os galheteiros, que tão úteis e populares tinham sido durante décadas, viram chegado o seu fim ingloriamente. Vem-nos agora a Associação da Restauração e Similares de Portugal, vulgo ARESP, contar a história de outra maneira. Afinal, desta vez não terá sido a ASAE, com as suas costas largas, a determinar a medida. Segundo a ARESP, a Portaria nº 24/2005 foi "o infame resultado do poderoso lobby dos embaladores de azeite, que assim conseguiram o monopólio da sua comercialização e a consequente, e imediata, triplicação do respectivo preço". E esta, hein? Resta acrescentar que tudo se passou durante o governo PSD/CDS-PP e que terá sido este último partido o grande proponente de tão generosa medida. No próximo dia 31, aquando do seu congresso, a ARESP já fez saber que vai exigir a revogação da portaria acima mencionada. Será que das galhetas de vidro vamos passar às outras, de sopapo?

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