6/03/2008

Uma questão de assinaturas

Há dias, levantei neste blog a questão da democracia representativa vs democracia directa no caso do akordo ortográfico. Estou profundamente convencido de que, em caso de referendo, o "não" ao acordo ganharia por uma margem larguíssima. (Aliás, sempre que há dúvidas sérias de que uma proposta governamental possa não passar, não há referendo.)
Quando, durante pouquíssimos dias, circulou na Net um documento pedindo a não-celebração do acordo, estive, naturalmente, entre os que o assinaram. Alguém a quem forneci o link escreveu-me veementemente de volta: "Se pudesse, assinava cem vezes!" Conversas com vários amigos confirmaram-me a existência desse mesmo estado de espírito de rejeição do akordo.
Agora sei que o total de assinaturas recolhidas, basicamente por meio electrónico, foi da ordem das 45 mil. O conjunto foi entregue na Presidência da República, juntamente com vários pareceres. Atrevo-me a perguntar: será que seria possível ao lado do "sim" reunir no mesmo período de tempo 45 mil assinaturas? Falando objectivamente, quem é que em Portugal pedia um acordo desta ordem?
Pobre democracia, tantas vezes usada como mera palavra mas não implementada na realidade!

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