10/30/2009

Desemprego na União Europeia

Aqui em Portugal ouvimos todas as semanas – quando não é em dias seguidos – notícias de grandes, médias ou pequenas empresas que encerram as suas portas, ou dispensam fatias maiores ou menores do seu pessoal. Numa comparação que é chocante mas por isso mais reveladora da realidade, se hoje sentássemos todos os desempregados nas bancadas dos vários estádios de futebol do nosso país em que se jogou o EURO2004 há pouco mais de cinco anos, todos os lugares estariam preenchidos com desempregados portugueses. É impressionante imaginarmos esse conjunto de homens e mulheres, jovens e velhos, que perderam os seus empregos e agora procuram o auxílio de um Estado também ele depauperado pelos muitos milhões concedidos a empresas, principalmente da área financeira.
"O dia-a-dia de um desempregado é como estar preso em liberdade" foi a cruciante mensagem que um desempregado transmitiu a um jornalista que recolhia depoimentos sobre o desemprego.
Curiosamente, há mais de 15 anos (12 de Fevereiro de 1994), Ernâni Lopes escrevia o seguinte no semanário Expresso: "Há, no mundo actual, um bilião e 200 milhões de pessoas dispostas a trabalhar por 45 contos/mês, em média, enquanto na Europa e nos Estados Unidos existem 250 milhões de pessoas que, em média, não aceitam trabalhar por menos de 150 contos/mês." Hoje em dia, diz-vos alguma coisa esta informação de um dos nossos melhores economistas?
As últimas notícias indicam-nos que na União Europeia-27 há países como a Letónia e a Espanha que se aproximam perigosamente dos 20 por cento de desempregados (19,7% e 19,3%, respectivamente). A Lituânia, a Estónia e a República da Irlanda encontram-se também num escalão bem alto (entre 13 e 14 por cento). Os países com taxas de desemprego mais baixas são a Holanda (3,6%) e a Áustria (4,8%). Portugal aproxima-se dos 10 por cento, se é que não atingiu já essa marca.
Se contabilizarmos exclusivamente a zona onde o euro circula como moeda (16 países), encontramos 15,3 milhões de desempregados, enquanto na UE27 esse número sobe para 22,12 milhões. Na zona euro, o desemprego entre os jovens situa-se em 20,1 por cento!
Estes são números respeitantes a pessoas. Tal como ao ouvirmos uma ambulância não nos devemos impressionar com o som da sirene que a ambulância lança para o ar mas sim com o doente que segue lá dentro, aqui também é essencial que pensemos em termos humanos e não em estatísticas. São vidas que estão em jogo!

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