1/16/2005

Quantificando a incompetência

Galileu gostava de lembrar que se "deve medir tudo o que é mensurável e procurar quantificar tudo o que é qualitativo." Porém, todos nós sabemos que nem sempre é fácil quantificar a qualidade... ou a falta dela. Por exemplo, como se pode medir a competência, ou a incompetência, dos gestores temporários da nação, vulgo Governo? Num sector-chave, a colecta de impostos -- a parte que, afinal, permite a qualquer governo proceder a uma distribuição mais justa da riqueza -- as falhas têm sido escandalosas. Vejamos entretanto o que tem sucedido apenas na Segurança Social. Tomemos em consideração, para sermos justos, que os subsídios de desemprego têm subido com o galopante desemprego, ele próprio testemunho de uma malsã economia nacional. Mas essa subida não é seguramente a principal responsável pelo verdadeiro descalabro que reina pelas bandas da Segurança Social. O Tribunal de Contas, o organismo de auditoria estatal às contas públicas, é peremptório: tem havido um decréscimo significativo e continuado nos últimos três anos no saldo consolidado da Segurança Social. E, ao gosto de Galileu, em quanto se traduz esse decréscimo? Assim: no 1º semestre de 2002 as contas globais daquele departamento do Estado registavam um ainda confortável saldo de 661 milhões de euros. Em 2003 esse saldo já resvalara para 517 milhões. E, pasme-se, em 2004 ele cifrava-se apenas em 392 milhões. Isto representa uma descida de 40 por cento em dois anos e de 24 (!!) por cento só em 2004! É uma incompetência de todo o tamanho! Administradores destes, não, obrigado.
À atenção de todos os que descontam para a Segurança Social e dos que dela dependem!

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