6/18/2005

Formigas sem carreiro - II

Era uma vez um formigueiro triste e enfadonho, que seguia todo pelo mesmo carreiro, o único que lhe era permitido. De vez em quando, uma ou outra formiga inconformada tentava seguir por um outro carreiro que julgava mais conveniente, mas logo uma bota monstruosa lhe acabava com a veleidade.
Num belo dia de primavera, algumas dessas formigas que já tinham experimentado andar em sentido contrário, vieram, em grande festa, dizer ao formigueiro que já podiam mudar de rumo sem que bota alguma as esmagasse. E as formigas começaram a escolher os mais variados caminhos, muito, muito felizes.
Acontece, porém, que da mesma forma que dantes não tinham pensado por que as obrigavam a ir numa só direcção, também desta vez a maioria das formigas não parou para pensar qual o carreiro a seguir. O que não admira: até ali tinham tido quem pensasse e decidisse por elas?
O resultado é que, trinta e um anos depois, é grande a confusão, os interesses de cada formiga sobrepõem-se aos interesses do formigueiro, e ninguém se entende. Pior do que tudo: a maioria das formigas continua ignorante, desinteressada e sem pensar para onde vai!

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