Já alguma vez repararam como as barreiras que no futebol se formam para defender as balizas tendem a avançar sempre um passinho ou dois antes que o jogador adversário dispare o seu chuto? Esse não respeitar as regras é o prato do dia. Não se trata de uma ilegalidade total. É apenas um jeitinho.
É também este jeitinho que, ao longo da nossa vida, vamos encontrando em múltiplas reuniões. O regulamento diz uma coisa, mas "este regulamento já deveria ter sido alterado". É assim que se actua frequentemente quando uma pessoa "que interessa" sairia prejudicada pelo cumprimento cabal do regulamento. Mas depois, como passar isso para a acta? É fácil, e há muito que existe fórmula apropriada: "A título excepcional, o Conselho determinou que..." É a autonomia local a vigorar sobre a lei geral. Espera-se que ninguém conteste. Afinal, todos votaram a favor, ou houve pelo menos uma larga maioria.
A título excepcional se vão fazendo favores sobre favores. São, no fundo, as cunhas ou, como agora se diz, as informalidades. Quando mudam os presidentes, os conselhos ou as administrações, talvez seja melhor não mexer nesses assuntos. "O que lá vai, lá vai. Não estamos cá para remexer no passado, mas sim para pensar no futuro!"
Porém, a coisa fez-se. E quando surge um caso semelhante, às vezes o precedente é mais importante que o presidente.
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