5/31/2008

Breves

Registo que o governo anda um bocado à deriva com as notícias menos boas que vêm chegando relativamente à alta de preços de matérias- primas.
A declaração do congelamento do preço dos passes dos transportes públicos até ao final do corrente ano foi um erro elementar deste governo, ainda por cima cometido por um indivíduo do mesmo partido político que Guterres, o qual, como todos nos lembramos, garantiu a não-subida do preço dos combustíveis. O facto de esse congelamento se aplicar apenas a Lisboa e Porto demonstrou uma lamentável falta de entendimento da importância da cultura local. Um primeiro-ministro de "todos os portugueses" não pode agir assim.
A existência de preços especiais de combustíveis para determinados sectores em tempo de vacas magras constitui um terrível precedente (o tal que é mais importante que o presidente). Qual será o próximo sector a exigir condições especiais? Note-se que isto é exactamente aquilo que o governo se comprometeu a combater, no início do seu mandato, relativamente às situações de privilégio.
A maneira como o comportamento da ASAE se tem mantido, cego quanto a determinados aspectos que entram no campo da cultura tradicional, demonstra falta de tacto político do governo. Contra faltas de higiene, sim - evidentemente - mas não esta sanha persecutória destruidora de conhecidas indústrias caseiras. É caso para divórcio, a ser assinado na mesa de voto.
Entretanto, isto não quer dizer que o governo, por estar maduro, deva amolecer, como frequentemente sucede às pessoas de idade e aqui aconteceria devido ao aproximar do ano eleitoral. A economia pode beneficiar ou prejudicar a política, mas a política eleitoralista tende sempre a prejudicar a economia.

Sem comentários:

Enviar um comentário