10/06/2004

Brevíssimo balanço de um ano de actividade

Com a finalidade de recuperar dois textos que, em data incerta, inseri no blog, tive há dias o prazer de vasculhar os nossos arquivos, agrupados por meses desde Setembro de 2003. Foi um prazer fazê-lo, basicamente por duas razões: a primeira por ter re-encontrado textos vários de colegas bloguistas que não só têm interesse como são inteligentes e estão bem escritos; a segunda por constatar o apuro tecnológico do arquivo, que constitui uma verdadeira pérola e implica com toda a justiça uma palavra de apreço e agradecimento a Sete-Sóis.
No editorial introdutório do blog que, após reunião informal de vários dos membros à mesa de um café, fui encarregado de escrever, existe uma referência à variedade de assuntos (de A a Z), à ex-pressão de ideias e à comunicação entre pessoas. No que respeita à variedade temática, ela tem certamente sido apanágio do blog, que vem incluindo múltiplos comentários sobre a actualidade política, económica e social, tem apresentado pequenos contos originais, estórias da história, citações, aqui e ali um poemito, recomendações de livros, de filmes, concertos e espectáculos vários. Algo surpreendentemente talvez, sendo muitos dos membros do blog docentes, pouco se tem falado de ensino propriamente dito. O esteio das Sugestões do João Ratão tem constituído uma verdadeira coluna dorsal, decisiva sempre que a falta de tempo, a avaria técnica de um computador ou a falta de inspiração dos bloguistas faz com que não apareçam novos textos.
Onde, com alguma mágoa, notei menor concretização dos nossos propósitos iniciais foi na comunicação inter-pessoal, especialmente por parte dos nossos convidados -- que são todos os que navegam nestes ares. Não me agradou, ao olhar para vários textos apelativos e provocatórios redigidos por companheiros do blog, ver que, na caixa dos "Comentários", existiu frequentemente um desapontante vazio. É aí que julgo compreender bem a Ariadne e a sua preferência pela conversa tertúlica olhos-nos-olhos, em que temas daquela ordem não escapariam a que alguém lhes pegasse e ripostasse. Há bonitos adejares de borboleta que mereciam muito mais. Faço mea culpa na parte que me toca. Tal como possivelmente sucederá a cada um de nós, não reagi tempestivamente a isto ou aquilo pelo mesmo motivo que nos leva inexplicavelmente a responder com atraso à carta ou e-mail de um bom amigo. Mas é pena!
O cômputo geral é, como todos concordarão, positivo. O número de visitantes não tem sido tão pequeno como isso, embora não seja minimamente comparável ao dos monstros mediáticos que por aqui também circulam, felizmente. Admito que já me seria difícil em determinadas ocasiões passar sem o blog. Foi uma aposta que valeu a pena! (A propósito, vamos fazer um outro jantarito para podermos falar um pouco melhor?)

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