Em 1776, após o fim da guerra contra os colonizadores ingleses e a consequente independência dos Estados Unidos, surgiu uma discussão importante entre os políticos: deveria manter-se o exército ou eliminá-lo, uma vez que a guerra tinha terminado? Os pacifistas que defendiam a eliminação do exército argumentavam que a existência de um corpo armado levaria, mais cedo ou mais tarde, a guerras. O exército manteve-se e alargou-se até. Como os profissionais dos conflitos armados gostam de se sentir úteis, as guerras surgiram de facto, dizimando índios e mexicanos e usurpando as suas terras.
Em Portugal, havia há uns anos atrás, se bem me lembro, dois ou três jornais desportivos, que se publicavam em dias não coincidentes. Por exemplo, o Record publicava-se à terça, o Mundo Desportivo à quarta, A Bola à quinta-feira. Desde que apareceram mais jornais desportivos e com periodicidade diária, a necessidade de eles justificarem a sua existência tem feito avolumar as desconversas e as intrigas, o "diz-se diz-se" que desaguisa tudo e todos em vez de fomentar a concordância.
Exagerando claramente em relação aos casos de muitos outros primeiros-ministros que este país tem tido, Santana Lopes fez-se rodear de um batalhão de assessores de imprensa, assessores de imagem e de marketing político. Spin doctors é o que não falta por aquelas bandas. Para justificarem a sua presença surgem coisas inauditas neste país, das quais valerá a pena salientar as duas mais recentes: 1. Uma campanha eleitoral sem precedentes do Governo da República nos Açores, que redundou num fracasso tão grande que apetece dizer --relativamente às 9 ilhas do arquipélago -- que "noves fora, zero". 2. Um comunicado que bate todos os recordes do ridículo, informando que, ao contrário do noticiado pelo "Expresso" de sábado, Sua Excelência não dormiu uma sesta após o debate parlamentar de 5ª feira passada!
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