9/21/2005

Aproveitando a onda pessoana

Não sei se também terão sentido o mesmo, mas no regresso de férias tive a desagradável sensação de que as coisas (da política, naturalmente) estão deveras desinteressantes. Os aparelhos partidários fecham-se cada vez mais sobre si mesmos, fazendo com que os cidadãos não engajados neles se sintam como que excluídos. Já não há sequer resquício daquela pureza inicial que em tempos atraiu os mais generosos à res publica .

Assim sendo, aqui lavro o meu protesto e retomo a onda pessoana que em boa hora passou por este blog, numa tentativa de que a poesia seja, ainda que por momentos, o antídoto para a fealdade actual da vida política.



Trago dentro do meu coração,
Como num cofre que se não pode fechar de cheio,
Todos os lugares em que estive,
Todos os portos a que cheguei,
Todas as paisagens que vi através de janelas ou vigias,
Ou de tombadilhos, sonhando,
E tudo isso, que é tanto, é pouco para o que eu quero.

Álvaro de Campos

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