7/18/2005

Entregue à bicharada

Há dias andei a pé na Baixa de Lisboa. O que vi deixou-me desolada, e a pensar que o presidente que vier com as autárquicas deveria instituir como medida prioritária o combate ao desleixo.

Não têm conta, nas ruas da Baixa (mas não só) as intervenções começadas e não acabadas: é o sinal que se colocou e a calçada retirada que lá ficou ao pé, agora já espalhada e o buraco transformado em armadilha para os transeuntes; é a canalização provisória e a ligação de desenrasca que se fez e assim está há anos; são restos de materiais de pequenas obras de construção civil mais dispendiosos de recolher do que de abandonar; são tampas de caixas partidas, enfim, é o pó que se levanta de tudo aquilo!

Por que razão andam os empreiteiros completamente à rédea solta dentro de Lisboa?!
Onde andam os fiscais de obras da Câmara?!

Como se explica que não haja passeio que não esteja interrompido por pequenos e mal engendrados estaleiros de obras - quatro ferros espetados no chão e umas fitas a cercá-los são o bastante - , muitos deles não albergando senão restos de entulho sabe-se lá há quanto tempo?!

É um desconsolo de ver. Pela centésima vez me pergunto o que leva os turistas a gostar de Lisboa e com que impressão viríamos nós de um país que assim se nos apresentasse.

Bem gostaria que o próximo elenco camarário desse luta sem tréguas a esta chaga que é o desleixo público, em vez de se ficar pelos mais que estafados grandes problemas (trânsito, desertificação do centro, infraestruturas envelhecidas, recuperação do parque habitacional,...), que a falta de verbas acaba sempre por passar para a legislatura seguinte.

É que aquilo de que falo não tem nada a ver com escassez de verbas: é, tão-somente, puro DESMAZELO! E este combate-se mais com persistência do que com «cabimento orçamental»?

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