7/23/2005

Portugal no mundo

Há uns quinze dias, a comissão que promove a candidatura do Palácio do Marquês a património mundial levou a efeito animadas festas em Oeiras. Nada tenho contra as festas, que sempre foram necessárias para animar as hostes. Já sobre a candidatura do Palácio a património mundial, parece-me que é primordialmente a expressão de um real provincianismo que busca apoios internacionais para se rever ao espelho. É que as notícias sobre as candidaturas portuguesas a património mundial sucedem-se. Salvo erro, temos já 13 lugares reconhecidos como tal. Pois eis que a Baixa de Lisboa também já é candidata a património mundial! E na forja estão mais uns quatro ou cinco locais. Voltamos à conhecida expressão "o melhor no seu género", que foi apanágio do nosso país durante tantos anos. Em vez de se avançar com projectos inovadores, quase que se pretende que seja a organização internacional a proteger-nos. Com o crachat de Património Mundial, as autoridades já poderão dizer aos senhores do imobiliário: "Alto! Aqui é coito!".
Entretanto, como informa o jornal Público, amanhã, 24 de Julho, a Liga dos Amigos de Cercal do Alentejo e os Bombeiros Voluntários locais vão organizar a maior sopa do mundo, com vista a conseguir inscrever o feito no Guinness Book of Records. Irão confeccionar 4500 litros de gaspachão, nos quais vão gastar 1000 quilos de tomate, 400 quilos de pimento, 300 quilos de pepino, 400 quilos de pão, 200 litros de azeite, 100 litros de vinagre e 3000 litros de água. Louvavelmente, as receitas da venda do gaspacho irão contribuir para a aquisição de uma ambulância medicalizada.
Não sei porquê, tudo isto me lembra os documentários oficiosos que antigamente passavam nos cinemas antes da exibição do filme principal.

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