10/13/2005
Egoísmo social
Portugal possui um parque automóvel de viaturas de gama alta que é comparável ao dos países mais desenvolvidos da Europa. O número de automóveis de marca BMW, VW Passat, Audi, Mercedes e outros de elevada cilindrada é muito significativo, nomeadamente nos distritos do litoral português. Existem várias formas possíveis de olhar para esses veículos. Há quem os admire pela sua beleza, pela potência do seu motor, pela sua "classe". Há quem nutra inveja por não possuir um carro assim. Mais raras, mas decerto não menos importantes, são as pessoas que consideram que muitos daqueles veículos -- de preços elevados -- constituem basicamente uma maneira de iludir o fisco por parte de firmas ou de profissionais por conta própria. Na medida em que são adquiridos por indivíduos ou entidades que os podem incluir como despesa e, portanto, com direito a abater nos rendimentos ou nos lucros, esses veículos -- nomeadamente quando são segundas, terceiras, quartas ou quintas viaturas -- constituem um desvio relevante a uma receita estatal que, se devidamente distribuída posteriormente, poderia contribuir para um maior nivelamento dos rendimentos da população. Nesse sentido, as viaturas em questão constituem um exemplo nítido de falta de solidariedade social e um egoísta roubo à nação. Demonstram, igualmente, uma inaceitável falta de atenção por parte das autoridades fiscais.
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